Sabia que…
… a família paterna de
Columbano Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira, Morgados de Nossa Senhora
da Vela e também Fidalgos da Casa Real desde 1741, ostentavam mesmo um brasão à
entrada de uma das suas propriedades? A busca pelo brasão dos Pinto Ribeiro de
Castro ocupou-nos algum tempo, pois na documentação, ainda que se revelasse a
existência deste brasão, descrito na Carta de Brasão de Armas que Manuel Pinto
Ribeiro de Castro tirou em 1741, não o achamos nas moradas que esta família ocupou
durante a sua existência.
Como se sabe, a família
paterna de Columbano, era natural do Porto, tendo seu tetravô, Belchior
Ribeiro, sido mercador e morador na Rua da Fonte Taurina, na mesma cidade. A
partir de seu filho, Manuel Ribeiro da Silva, a Rua das Flores passa a ser a
morada da família Pinto Ribeiro de Castro, até chegar em Columbano Pinto
Ribeiro de Castro Portugal da Silveira. Tendo emigrado para o Brasil, Columbano
regressou e em 1835 casou com D. Efigénia Amália de Moura Torres, tendo ocupado
até à data da sua morte, em 1877, a Casa das Mouras, na freguesia de Rio de
Moinhos, concelho de Penafiel.
Quinta de Leiria, sita na Rua de Leiria na freguesia de Alpendorada e Matos - Marco de Canaveses |
Nesta casa rural, não
se achou nenhum vestígio de um brasão.
Procurou-se no prédio que deveriam ter ocupado na Rua das Flores, morada do seu
avô Manuel Pinto Ribeiro de Castro, não se tendo sucesso. Foi-se achar então,
através da leitura de emprazamentos e arrematações num dos tombos do Morgado de
Nossa Senhora da Vela, que Manuel Pinto Ribeiro de Castro fez de sua
residência, durante muitos anos, a Quinta de Leiria, situada na freguesia de
Alpendorada e Matos, atual concelho de Marco de Canaveses. Descobriu-se ainda,
que esta quinta ainda existe atualmente e que se encontra abandonada e em
estado de degradação. E no portão de entrada, acha-se… o brasão dos
Pinto Ribeiro e Castro!
Brasão de Armas presenta na parte superior do portão de entrada da Quinta de Leiria |
Relembrando a descrição
deste brasão, era, segundo a documentação, esquartelado, tendo no primeiro
quartel as armas dos Guerra, “que são em
campo de prata os sinco escudetes do reino com a diferença que os dous da manga
hão de estar deitados com as pontas para o do meio em cada hum nove vezantes de
prata…”; no segundo quartel estavam presentes as armas dos Pinto, também em
campo de prata com “cinco crescentes
sanquinos em sautor”; o terceiro quartel era composto pelas armas dos
Ribeiro, com escudo liso em campo de ouro e três faixas verdes; e por fim o
quarto quartel continha as armas dos Castro, “em campo de prata, seis aruelas azuis em duas palas”.
Carta de Arrematação da Quinta de Leiria em 1729 - PT/AMPNF/CMOU/MV/013/0061 |
Foi esta quinta
adquirida por Manuel Pinto Ribeiro Libório, no ano de 1729, através de uma
arrematação no valor de quatro mil cruzados e cento e vinte mil réis. Mas só se
tornou brasonada a partir de 1741, com a entrada de seu filho, Manuel Pinto
Ribeiro de Castro, na nobreza. Entre este ano e até cerca de 1783, data da
morte deste último, a família comprou diversas terras envolventes à Quinta de
Leiria, nomeadamente nos lugares de Santa Sabina e da Caxorela, sitos na mesma
freguesia de Alpendorada. Em 1772, é feita uma avaliação a esta mesma quinta,
no valor de seiscentos e noventa mil réis, com todos os seus bens de raiz,
incluindo pomares, olivais, tapados e leirinhas.
Casa nobre da Quinta de Leiria |
Tendo o século XVIII
sido o período áureo da presença dos Pinto Ribeiro de Castro na Quinta de
Leiria, em 1820 os seus bens chegam a ser arrematados por Manuel Pinto Monteiro,
ação que ficou sem efeito por este se encontrar falido, movendo-lhe um auto de
embargo Francisco Megre Bastier, procurador de Columbano Pinto Ribeiro de
Castro Portugal da Silveira, à data menor de idade. Tendo herdado a quinta
vinculada ao Morgado de Nossa Senhora da Vela,
não temos porém, registo de que esta casa nobre fosse muito utilizada como
morada por parte de Columbano, tendo passado a sua vida desde que casou em
1835, até à data da sua morte, a 24 de Novembro de 1877, a residir na Casa das
Mouras em Rio de Moinhos, ou nas casas que detinha na cidade do Porto, na Rua
das Flores e na Rua do Bomjardim.
Detalhes da entrada da casa nobre da Quinta de Leiria |
Em 1867, Columbano
Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira dá a Quinta de Leiria ao seu filho
mais velho, também Columbano, aquando do seu casamento com D. Ana Adelaide
Guedes Nobre Mourão, para que este ficasse com a administração do rendimento da
quinta, ficando seus pais com o direito de cortar e vender esta. Quando
Columbano morre em 1877, cabe em testamento e inventário, toda a Quinta de
Leiria a este primogénito, ficando a viúva D. Efigénia Amália Torres de Castro,
com o seu usufruto.
Não se sabe mais sobre
esta quinta, tendo provavelmente ficado na posse do filho varonil de Columbano
até à data da sua morte, em 1891, no Porto. Atualmente, encontra-se em avançado
estado de degradação, delimitada por muros e cercas, não deixando porém de
ostentar a beleza que a marcava.
Elaborado por Vilma
Cardoso
(Fonte: PT/AMPNF/CMOU –
Arquivo da Casa das Mouras. Disponível online: http://geadopac.cm-penafiel.pt/ )
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