quinta-feira, 26 de maio de 2016

Sabia que... (sangrias)

SANGRIAS
As sangrias, vindas já desde a Grécia Clássica, sempre se realizaram no hospital da misericórdia de Penafiel, sendo na centúria de seiscentos chamado o barbeiro-sangrador ao hospital sempre que fosse necessário proceder a esta intervenção. Esta terapia servia para toda a amálgama de doenças e para toda a tipologia de doentes, a idade não contava, do recém-nascido ao velho todos se sangravam.
                   
Existiam três tipos de sangrias: a derivativa, a evacuativa e a atrativa. A primeira, mais usada, era praticada o mais perto possível da lesão, a segunda tinha como finalidade diminuir a quantidade total de humores e combater a acumulação excessiva, a terceira era efetuada numa região distante da lesão, uma vez que se acreditava que desencadeava uma força capaz de mobilizar humores da zona doente para o local onde se realizava a sangria.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Procissão do Corpo de Deus

Uma das procissões mais importantes, levada a cabo pela confraria do Santíssimo Sacramento, era a procissão do Corpo de Deus. Esta era a festa grande da cidade e do concelho, com uma existência secular. Não se sabe ao certo quando foi iniciada. António de Almeida teria colocado duas hipóteses, ou aquando da instituição da confraria do Santíssimo Sacramento, na capela do Espírito Santo, em 1540, ou na altura da mudança de paróquia de São Martinho de Moazares para a nova igreja matriz, em 1659. Por sua vez, Simão Ferreira, data-a da união das três paróquias, com a instalação do Lausperene na nova igreja. Em 1676, em capítulo de correição, já se referia que a mesma se deveria fazer segundo o costume antigo.


A procissão saía da igreja matriz, no adro da mesma encontrava-se à sua espera a Serpe com o seu juiz. Atrás, seguiam uns pretos vestidos de chocalheiros de serapilheira que tinham como função arrumar o povo para a mesma passar. Composta por vários bailes, que representavam os vários ofícios da cidade, a dança dos moleiros, dos pauzinhos, da retorta, dos ferreiros, dos turcos, do ermitão, entre outras.Para além destes, o estado de São Jorge com os seus cavalos, o carro dos Anjos com a figura de Penafiel, as cruzes das freguesias vizinhas, todas as confrarias e ordens da cidade, seguidas do clero, câmara e, por fim, o pálio com o Santíssimo Sacramento e a tropa que havia na cidade. A festa contava, ainda, com tourada.
            
Esta procissão demorava largos meses a preparar e competia ao senado da câmara nomear os vários representantes dos ofícios, bem como, verificar se as danças estavam conformes. A sua realização estava bem regulamentada e, como refere Teresa Soeiro, mereceu vários capítulos das correições seiscentistas.
                          
Nela estavam representadas todas as categorias sociais da localidade, os diversos ofícios, sendo que a nobreza e os mercadores acompanhavam com as suas tochas. Momento alto da vida de Penafiel representava um papel importante, quer pela visibilidade que assumia, quer pela confraternização que proporcionava. As nomeações do senado para os portadores das varas do pálio, das navetas e das lanternas eram sempre muito aguardadas. Quanto mais prestigiante era o lugar, mais prestigiado era quem o ocupava.
O mais antigo documento sobre a mesma, ainda existente, encontra-se no arquivo municipal de Penafiel e é o tombo das festas de Corpo de Deus, de 1657.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Exposição de Fotografia

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA
"Visões de Penafiel pelas lentes dos fotógrafos António Guimarães e Miguel Ferri"
23 de maio
15h30m
Arquivo Municipal de Penafiel
             

terça-feira, 17 de maio de 2016

Sabia que... (O cirurgião)

O CIRURGIÃO
O nome grego original de cirurgia agrupava todos os trabalhos efetuados em medicina, manualmente ou utilizando instrumentos, com vista à realização de operações internas ou externas, ou seja, tudo que envolvesse o mexer no corpo humano e que lidasse com derramamento de sangue. Até ao século XII, os médicos eram, também, cirurgiões, mas após essa data, as profissões separaram-se, ficando o médico com a análise das doenças e o cirurgião com as intervenções cirúrgicas. Desta forma, desde a Idade Média até ao século XIX, os cirurgiões, porque trabalhavam com as mãos, eram considerados em termos de escalão social abaixo dos médicos.                            
A sua profissão não exigia uma aprendizagem muito morosa, o que levava a que os seus serviços fossem menos onerosos e a que os hospitais e a população recorressem a estes profissionais de saúde mais frequentemente do que aos médicos. Como referem alguns autores, o seu domínio exercia-se no curativo de feridas, fraturas e luxações. Executavam, ainda, sangrias, extraiam tumores, colocavam ventosas, abriam abcessos e operavam hérnias. As fronteiras de atividade entre físicos e cirurgiões estavam bem estabelecidas desde o século XVII, pelo regimento do físico-mor do reino. 
O médico detentor do saber teórico, leitor de compêndios, observador de enfermidades externas e sintomas, deveria evitar o contacto com o sangue e os corpos. O cirurgião e o barbeiro-sangrador recorriam ao seu trabalho manual para limpar, cortar, sarar, extrair tumores, feridas e hérnias.
           

Só a partir dos finais do século XVIII e inícios do século XIX, a profissão de cirurgião começou a ser valorizada, aproximando-se da de medicina e os barbeiros-sangradores começaram a ser colocados de lado, em prol dos cirurgiões.
Até ao final do século XVIII, a formação dos cirurgiões era, essencialmente prática, exercendo numa primeira fase, como aprendizes com profissionais mais experientes, ou tendo lições no hospital real de Todos os Santos.
Ao longo do século XIX, o advento da anestesia e da assepsia contribuíram muito para que se acentuasse a importância da cirurgia. Como referiu Lycurgo Santos Filho, a cirurgia transformou-se num dos mais importantes ramos da Medicina, passando de essencialmente mutiladora a restauradora e conservadora. A anestesia e os conceitos de assepsia tornaram a profissão mais limpa e menos violenta e violentadora, evitando os gritos dos pacientes e o uso de força para segurar o enfermo que se operava.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Bonifácio da Cruz: Barbeiro-sangador


A necessidade de privar com um barbeiro-sangrador, levou a misericórdia, em maio de 1699, a aceitar como irmão de menor condição, Bonifácio da Cruz. No seu registo de aceitação, o escrivão da santa casa explicitou o motivo que os levou a aceitarem o barbeiro-sangrador. Bonifácio era oficial mestre barbeiro e sangrador, possuía tenda própria e seria de muito préstimo para os pobres que se curavam no hospital, bem como, para os pobres do rol, que se tratavam em suas casas. A sua admissão a irmão foi aprovada por unanimidade, mas com condições. 


A profissão de barbeiro-sangrador era considerada mecânica e causava uma certa repugnância aos estratos sociais mais elevados, pelo facto de contactarem com o sangue e humores corporais dos outros. 

Trazer este indivíduo para o meio dos nobres, clérigos, doutores, mercadores e donos de tendas de ofícios considerados mais dignificantes, como os violeiros, alfaiates, espingardeiros, tinha um objetivo bem preciso. A condição apontada pela misericórdia era que o mesmo acudisse ao hospital ou aos pobres do rol sempre que os serventes da casa o chamassem. 
            
Bonifácio da Cruz comprometia-se, assim, a trabalhar gratuitamente para a irmandade, que já não teria que pagar a um sangrador externo pelos serviços. O referido barbeiro-sangrador passava a fazer parte da mais importante e prestigiada confraria da localidade e relacionar-se-ia com a elite penafidelense. Ao servir gratuitamente os mais pobres, o barbeiro estava, por um lado a exercer uma atividade misericordiosa, a ser um benfeitor e esta atitude aligeiraria as suas penas, quando chegada a hora da morte e tivesse que responder perante Deus. Para além disso, estava a prestar um serviço gratuito a uma irmandade conceituada, que haveria de não esquecer os seus préstimos e numa altura de aflição podia valer-lhe. Por outro lado, conhecia mais pessoas, muitas abonadas que, quando necessitassem de sangrias, a ele haveriam de recorrer.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Sabia que... (praça de touros)

Sabia que ...
"Em maio de 1930, estavam adiantados os trabalhos de construção da Praça de Touros, que ia ser inaugurada pelas Festas da Cidade"?
          
"A Praça de Touros ficou nos «terrenos da antiga serração de madeiras, (hoje edifício do agrupamento escolar), fronteiriços à antiga Central Eléctrica (hoje quartel dos Bombeiros de Penafiel).
O projecto foi do desenhador Domingos Vilela. A Praça podia comportar 6.000 pessoas e foi construída de madeira."

Cf. FERREIRA, José F. Coelho - Anais de Penafiel II (1926-1950). Penafiel: Livrofiel, 2015, p. 157,

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Sabia que... (boticários de Arrifana de Sousa)

Sabia que ...
Na década de 60, do século XVIII, 4 boticários de Arrifana de Sousa forneceram remédios das suas boticas à Santa Casa da Misericórdia, para acudirem aos doentes do "rol" e aos doentes do hospital?
Estes foram: Manuel Vieira, que habitava e tinha loja na Rua Nova; Domingos Ferreira, Diogo Caetano Pereira de Magalhães, que, nesta altura, residia na Rua de Cimo de Vila, perto da Misericórdia, na 3.ª casa do lado esquerdo desta rua, numa morada de casas sobradadas com loja e quintal, arrendadas pelo valor de 10 mil réis ao ano, e António da Cruz, que residia na Rua das Chãs, artéria que ia do Quelho da Misericórdia a São Mamede, do lado esquerdo, numa morada de casas sobradadas com lojas e quintal.
                 

Por sua vez, Domingos Ferreira vivia na Rua Nova de Nossa Senhora da Ajuda, do lado esquerdo em direção ao Quelho da Santa Casa, também em casa sobradada com loja e quintal.
Assim, até 1750-1770, existiam no perímetro da igreja da Santa Casa 4 boticas:
Na Rua Nova; na Rua Cimo de Vila; na Rua das Chãs e na Rua Nova de Nossa Senhora da Ajuda.
Na localidade existiu, ainda, outro boticário de nome José Cláudio, que residia na Rua de São Mamede, que pensamos não ter chegado a ser fornecedor da Irmandade.
Os boticários, para se instalarem, escolhiam as ruas principais, onde circulavam ou passavam a maior parte das pessoas, pois estas seriam as possíveis compradoras.

Cf. FERNANDES, Paula Sofia Costa - O hospital da Misericórdia de Penafiel (1600-1850). Braga: Universidade do Minho, 2015. Tese de doutoramento policopiada, p. 506-507.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Sabia que... Confraria Nossa Senhora da Ajuda

Sabia que...


Em Arrifana de Sousa, nos finais do século XVI, surgiu, já nos limites da localidade, uma confraria sobre a invocação de Nossa Senhora da Ajuda, imposta numa pequena capela. O livro das irmandades e confrarias do concelho, do fundo da Administração do Concelho de Penafiel de 1864, refere não se conhecer a sua instituição, mas aponta o ano de 1653 para os seus primeiros estatutos. Contudo, estes estatutos assinalam que existiam outros, "muy antigos", pelos quais os irmãos se governavam, demonstrando, assim, que esta havia surgido uns anos antes. Os referidos estatutos, por diversas vezes, mencionam os costumes antigos e a tradição da mesma. Coriolano de Freitas Beça afirmou que havia consultado o cartório desta confraria e neste existia um livro de atas de 1601 e outros de contas de 1597.
                        
Cf. FERNANDES, Paula Sofia Costa - "O hospital da Misericórdia de Penafiel (1600-1850). Braga: Universidade do Minho, 2015. Tese de doutoramento policopiada, p. 24.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Sabia que... Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Penafiel

Sabia que...


A Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Penafiel anunciou em fevereiro de 1892 que ficava independente da Corporação e passava a denominar-se Banda de Nossa Senhora do Carmo. 
          
          Maço de partituras do século XIX para sopros, cordas, percussão

Para se apetrechar melhor comprou o instrumento que pertencia à Associação Artística e que passaria dar concertos na festa da igreja e romarias. O contra-mestre da dita banda era Francisco Queirós morador na rua Serpa Pinto (atual rua Joaquim Cotta).
          
          Da Novena para Nossa Senhora do Carmo reformado no dia 7
                 de julho de 1853 por António Baptista da Suécia.

Desta forma, se explica o número avultado de partituras de música que possui o arquivo da Confraria de Nossa Senhora do Carmo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

No Arquivo com... (Dra. Teresa Araújo)


No passado sábado, o lançamento do livro de Teresa Araújo...
Para quem não pode estar presente, mas pretende adquirir o livro, o mesmo está disponível, durante os próximos 15 dias na papelaria Reis, em Penafiel, sendo o seu custo, durante este período de 12 euros.
            
            
            

Sabia que... efeméride Casa das Mouras

Sabia que...


A 12 de Fevereiro de 1836, nascia, na freguesia de Rio de Moinhos, naquela que hoje é conhecida por Casa das Mouras, Columbano Pinto Ribeiro de Castro, filho primogénito de Columbano Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira e Dona Efigénia Amália de Moura Torres.
                        
Para este, já não passaria a administração do Morgado de Nossa Senhora da Vela, pela morte de seu pai se ter dado muito depois da extinção dos morgadios em Portugal. 
Ficaria com a posse da casa brasonada da família, a Quinta de Leiria, em Alpendurada e Matos, aquando do seu casamento com Ana Adelaide Monteiro Coelho Guedes Nobre Mourão, da Casa do Bovieiro, em Abragão.
             
Brasão dos Pinto Ribeiro de Castro, presente no portão principal da Quinta de Leiria

Foto Antony: Cheias em Entre os Rios

Há 50 anos atrás, a chuva brindou a zona de Entre-os-rios com cheias que ficaram imortalizadas pela objetiva de António Guimarães. No dia 12 de fevereiro de 1966, este fotografo captou 12 imagens que nos mostram a força das águas.
            
            
            
            

Sabia que... casamento de Columbano Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira

Sabia que...

A 2 de fevereiro de 1835 dava-se o casamento entre Columbano Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira e Dona Efigénia Amália de Moura Torres, na freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Penafiel. A partir desta data, passaria o arquivo do Morgado de Nossa Senhora da Vela, administrado por Columbano, para a casa de sua esposa, hoje conhecida como Casa das Mouras.
                        
"Livro de Notas neçesárias e emdespençaves à Caza". Pertencente ao fundo documental das Casas das Mouras, existendo por contrato de tratamento e digitalização, no Arquivo Municipal de Penafiel.

As 40 horas do Entrudo na Misericórdia de Penafiel

A festividade das “40 horas do Entrudo” ou do “Lausperene”, iniciada em Itália, no século XVI, pelo Papa Pio IV , vai-se começar a celebrar em Penafiel, na Misericórdia, no século XVII. Cristo teria permanecido no sepulcro quarenta horas, assim o Senhor (corpo de Cristo) ficaria exposto essas mesmas horas nas igrejas, para que a população meditasse e o adorasse. Também denominada de quarenta horas do Entrudo, pretendia que na temporada que durava o Carnaval, “época de gozo e transgressão das normas” e que precedia o ciclo pascal, a população se refreasse e respeitasse a presença do Senhor.
             
A principal função desta festividade consistia na catequização, moderação de costumes considerados indecorosos e indignos de um fiel cristão. Sendo o entrudo a evocação dos prazeres da carne, o período dos excessos e mesmo muitas vezes de violência, a Santa Casa com a celebração das quarenta horas pretendia reprimir os ímpetos e aquietar os devotos, implementando, assim, medidas de autocontrolo.

Honra de Meinedo

O arquivo municipal de Penafiel já disponibilizou no seu programa GEAD a descrição e o documento digitalizado que compõem o sistema documental da Honra de Meinedo. Trata-se de um livro de notas do tabelião da Honra de Meinedo, Joaquim José de Sousa, de 29 de maio de 1810 a 14 de Outubro de 1812. Este livro de notas possui registos de obrigação de dinheiro a juros, pagas e quitações, arrendamentos, compras e vendas, aforamentos, dotes para casamento, entre outros, de indivíduos residentes na Honra de Meinedo, no Couto de Bustelo, Concelho de Santa Cruz de Riba Tamêga, freguesia de Croca, concelho de Tuias, freguesia de São Pedro de Caíde, concelho de Lousada, Unhão, cidade de Penafiel, freguesia de Gondalães, entre outros.
Para facilitar a pesquisa, apesar do documento se encontrar digitalizado e on-line, no sumário do livro descrito no programa GEAD, o arquivo municipal colocou o título de todas as escrituras e intervenientes que compõem o dito livro.

         

Concelho de Unhão

O arquivo municipal de Penafiel colocou o fundo documental do Concelho de Unhão, constituído por um livro de notas do tabelião João Coelho da Silva, o novo, on-line, no seu programa Gead. O referido livro de 1768 a 1769, possui várias escrituras de aforamentos, arrendamentos, procurações, dinheiro a juros, compras e vendas, elaborados por vários indivíduos do antigo concelho de Unhão, mas, também, de Felgueiras e Celorico de Basto. 
           
Este documento poderá ser bastante útil para estudos genealógicos, bem como para quem pretender conhecer melhor o concelho de Unhão, a população, a sua atividade económica, bem como várias instituições. Ressalva-se aqui a existência da irmandade de Nossa Senhora da Guia da Pedra Maria que emprestava dinheiro a juro, podendo este livro de notas trazer alguns dados sobre a mesma. Para facilitar a pesquisa o Arquivo Municipal colocou na zona do sumário do documento, todos os títulos de escrituras, bem como os seus intervenientes, permitindo, desta forma, agilizar a pesquisa dos utentes.
           

Sabia que... Condessa de Pagim

Sabia que...

Vários documentos referentes aos pais de Dona Joana Maria da Câmara e sua irmã, a Condessa de Pangim, encontram-se disponíveis no programa GEAD, no sistema Morgado da Aveleda. Graças a estes podemos saber que...
Dona Joana Isabel Maria da Câmara, filha de D. Manuel Maria Gonçalves Zarco da Câmara e de Dona Maria Teresa José de Jesus de Melo, era irmã da Condessa de Pangim. Esta senhora nasceu em 29 de junho de 1820 e foi baptizada no oratório do palácio de seu avô paterno, Luís António José Maria da Câmara, 6.º Conde da Ribeira Grande e 2.º Marquês de Sabugosa. O batizado foi realizado pelo reverendo padre Francisco José Correia, pregador régio, em 2 de julho desse ano. Dona Joana viria a falecer em 14 de janeiro de 1884, com 63 anos de idade.
                                                                                                                       
Foi nomeada pelo mordomo-mor do rei, Dona do Paço em 13 de abril de 1832 e em 1872 recolheu-se, juntamente com sua irmã D. Francisca no Real Mosteiro da Encarnação, em Lisboa.
          
                  Palácio dos Marqueses e Condes da Ribeira Grande


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

No Arquivo com... apresentação do livro " Moçambique na I Guerra Mundial: Diário de um alferes-médico, Joaquim Alves Correia de Araújo. 1917-1918"

Lembramos os nossos amigos que no próximo sábado, dia 20, pelas 15 horas será apresentada, no Arquivo Municipal de Penafiel, a obra " Moçambique na I Guerra Mundial: Diário de um alferes-médico, Joaquim Alves Correia de Araújo. 1917-1918", da autoria de Teresa Araújo. A autora Dr. Teresa Araújo é diretora do arquivo municipal da Póvoa do Varzim e sobrinha-neta do protagonista da obra. O referido diário conta a história do alferes médico que integrou o famoso contingente de infantaria 31 do Porto, praticamente, dizimado pelo clima, pela doença, nomeadamente, pela malária em Mocímboa da Praia.
A publicação contou com o apoio da Comissão de História Militar e a introdução da obra foi da responsabilidade da Professora Doutora Fernanda Rollo, da Universidade Nova de Lisboa, atual Secretária de Estado da Ciência e Ensino Superior.
No referido diário, Joaquim Alves Correia de Araújo, relatou os 19 meses mais intensos da sua vida e, talvez, os mais duros, desde a manhã do dia 23 de Abril de 1917 em que saiu de Famalicão para integrar o famoso contingente de infantaria 31 do Porto, deslocando-se para Mocímboa da Praia.
O Presidente da Comissão de História Militar, General Alexandre Sousa Pinto, no prefácio da obra, referiu que se existe muita informação, no que diz respeito, à guerra em França, já no que concerne à frente africana, nomeadamente, Moçambique, a informação é escassa, pelo que considera este diário "um achado".
Numa altura em que se comemora o centenário da I Grande Guerra, a associação de amigos do arquivo municipal de Penafiel, não podia deixar de se associar a este aniversário.

         

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Morgado da Aveleda: Amores de outros tempos


E porque este domingo se festeja o dia dos namorados, que tal conhecermos algumas histórias de amores de outros tempos. Se bem que os casamentos fossem consertados pelos pais, evitando que os jovens cedessem a tentações amorosas e casassem abaixo da sua condição social, por vezes, o amor falava mais alto.
                         
No sistema documental do Morgado da Aveleda, já disponível on-line, o documento intitulado "Ilustração às àrvores de Costado de D. Tibisco", PT/CACQA/MA/C/O/cd.09, demonstra alguns casamentos e paixões proibidas, das quais transcrevemos aqui, apenas alguns casos:

"Francisco Luís de Barros e Vasconcelos casou com huma comedianta castilhana, que representava em Lisboa em huma companhia chamada a Pacheca";
"O Conde de São Miguel Francisco Botelho depois de veuvo da primeira mulher teve amores com Ignez de Almeida, filha de Manoel Castanho, Físico mor e apontador dos Mossos Fidalgos, e de sua mulher Ignez de Almeida; e com promessas de casamento teve a D. Nuno Alves Botelho";
"Cristovão de Sousa (...) casou a furto com D. Maria Victoria de Távora, filha de D. António da Silveira";
"António Carneiro que foi criado de pedro de Alcassova, secretario de estado D'El Rei D. Afonso 5.º e lhe levava o saco, e lhe emprenhou a sua filha D.ª Beatriz da Alcassova de que o dito Pedro de Alcassova pedio castigo pela aleivozia e foi degradado por El Rei D. João 2.º (...) e sempre cazou com ella"; 

" Cristovãoda Costa Coutinho, chamado o Mequinéz, casou por amores com D. Juliana de Noronha, filha de Manoel de Sousa Tavares contra a vontade dos parentes da noiva. Esta D. Juliana de Noronha procedeu mal depois de veuva";

"Jeronimo Lobo Saldanha (...) casou contra a vontade de seus pais com D. Maria da Silva";
"Fernão de Mesquita Pimentel, senhor do morgado de S. Mansos casou com uma amiga de quem teve filhos";
"Rui dias Pereira de Lacerda, morgado de Baleizão, teve huma filha erdeira que casou contra vontade dos seus parentes";
"Casou este, Antonio da Saldanha muito mal com huma sua amiga".

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Honra de Barbosa

A partir de hoje, todos os que estiverem interessados podem aceder à documentação do sistema da Honra de Barbosa, que se encontram no Arquivo Municipal, através do nosso programa Gead, onde estão descritos e on-line.
            
Tratam-se de dois livros. Um do Registo Geral da Honra. Este livro balizado entre finais do século XVIII e inícios do século XIX, possui as várias cartas régias remetidas à Honra. Para facilitar a pesquisa o Arquivo Municipal no sumário do documento colocou o título e data de todas as cartas e ofícios registados. O outro livro diz respeito ao lançamento da décima da Honra. Neste o superintendente da Honra de Barbosa, Dr. Alexandre Coelho de Sousa e Sá, juntamente com os informadores procederam ao lançamento da décima para os anos de 1833 e 1834. O sumário também se encontra muito completo permitindo desta forma conhecer quem eram os louvados, e os maiores e menores contribuintes. 

Boas pesquisas...
               

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Documentação online


Na senda do que já havíamos comunicado ontem, os amigos do arquivo, vão continuar a divulgar alguns documentos presentes nos arquivos municipais que podem ser úteis para os amantes de genealogia, que pretendem saber mais sobre os seus antepassados.

Assim, lembramos a importância dos registos de testamentos, geralmente, presentes no Fundo da Administração do Concelho. Estes documentos permitem conhecer, relativamente bem o indivíduo que o elaborou. Neles estão patentes os bens que possuía, o local onde vivia, os motivos que o levaram a redigir o seu testamento, as confrarias e irmandades a que pertencia, o local e a forma como pretendia ser sepultado, os santos de que era fiel devoto, a sua família, os seus criados, os bens que deixava. Engana-se quem pensa que estes testemunhos de última vontade só eram realizados pelos mais ricos e que, portanto, não valerá a pena procurar testamentos de seus antepassados. São inúmeros os testamentos de pessoas que pouco tem de seu, mas que redigem este documento, por vezes, para legar um pequeno tear, ou uma corte de porquinhos, deixando, também, várias dividas. 
Da administração do concelho de Penafiel, o arquivo municipal possui livros de registo de testamentos de 1835-1937. Bem como, livros de registo dos autos de abertura e publicação de testamentos desde 1895 a 1935.
Pertencentes ao fundo da Câmara Municipal, o arquivo municipal possui testamentos desde 1814-1834.

                         
Na próxima semana, o arquivo municipal colocará disponível no programa Gead, 81 livros da série de registos de testamentos, do fundo da administração do concelho, que balizam entre 24 de janeiro de 1835 e 14 de dezembro de 1909, que já possui descritos a nível de livro. Destes, o livro 1, já está digitalizado e, também, ficará as ditos imagens disponíveis on-line. O livro 1 e 2 estão descritos no programa a nível de documento, o que, pensamos, facilitará a pesquisa aos utentes, pois possuem o nome do testador e um sumário do testamento.

                           
Para além dos testamentos de Penafiel, o arquivo municipal, também, possui dois livros de registos de testamentos de Vila Boa de Quires, que, como anunciamos há dias, estão disponíveis on-line.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Sabia que... vacinação em Penafiel

Sabia que...

Fez ontem 193 anos que faleceu o médico britânico Edward Jenner, inventor da vacina da varíola. Assim, não podíamos deixar de referir o papel preponderante que o médico António d’Almeida, mais tarde presidente da Câmara Municipal de Penafiel, teve na vacinação contra a varíola nos inícios do século XIX, neste concelho.
Sobre a vacinação contra a varíola, António d’Almeida, médico do partido da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, afirmou, em 1817, no Jornal de Coimbra, que esperava “com paciência e perseverança vencer a inércia, e omissão dos pais e conseguir tirar aqui o pasto ao contágio varioloso”.
António d’Almeida teve um papel preponderante na vacinação contra a varíola nas camadas mais jovens da população e, por diversas vezes, lamentou o facto dos pais, avós e cuidadores não providenciarem o tratamento médico aos seus menores. Só entre fevereiro e agosto de 1813 vacinou mais de 470 indivíduos em Penafiel e concelhos vizinhos. O trabalho impar que realizou levou-o a receber pela Instituição Vacínica da qual era correspondente, em 1814, a Medalha de Prata pelos trabalhos de vacinação levados a cabo.

         
Sobre este médico, veja-se FERNANDES, Paula Sofia Fernandes – O hospital da misericórdia de Penafiel (1600-1850). Braga: Universidade do Minho, 2016. Tese de Doutoramento policopiada.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Concelho de Vila Boa de Quires

O Arquivo Municipal disponibiliza on-line, a partir de hoje, dois documentos pertencentes ao concelho de Vila Boa de Quires, especialmente úteis para os estudiosos da morte e para os genealogistas que estudem antepassados das freguesias de Abragão, Vila Boa de Quires e Maureles.
O primeiro livro de testamentos do concelho e provedoria de Vila Boa de Quires, existente no arquivo municipal de Penafiel, baliza entre junho de 1834 e outubro de 1836. Este documento possui o registo dos testamentos transcritos pelo escrivão António Teixeira Júnior, sendo o livro assinado pelo provedor António Pinto de Aguiar. O livro possui os testamentos de:
- José de Almeida, do lugar da Eira, freguesia de Maureles;
- Antónia Vieira, casada com José de Sousa do lugar de Pombal, freguesia de Vila Boa de Quires;
- Joaquina Moreira, mulher de Joaquim de Sousa, do lugar de Louredo, freguesia de Abragão;
- João da Silva, lugar de Auturinho, freguesia de Maureles;
- António Monteiro, do lugar de Quintã, freguesia de Abragão;
- Reverendo reitor Luís Vitorino Pereira de Sousa Vasconcelos, da freguesia de Vila Boa de Quires;
- Dona Maria Joaquina Correia de Noronha, da casa do Cabo, freguesia de Vila Boa de Quires;
- José de Sousa, da Casa Nova, freguesia de Vila Boa de Quires;
- Custódia Maria, solteira, do lugar do Outeiro, freguesia de Abragão;
- Quitéria Maria do lugar de Agrela, da freguesia de Abragão;
- Custódia Luísa da Silva do lugar de Gaia, freguesia de Vila Boa de Quires;
- José de Sousa, do lugar de Ervio, freguesia de Vila Boa de Quires;
- Maria de Barros do lugar do Rio, freguesia de Vila Boa de Quires;
- António de Magalhães do lugar de Vez de Avis, freguesia de Abragão;
- Antónia Rosa de Jesus, do lugar de Outeiro, freguesia de Maureles;
- Maria Joaquina do lugar de Louredo, freguesia de Abragão;
- José da Fonseca, lugar de Ribaçais, freguesia de Abragão;
- Josefa da freguesia de Maureles;
- José Ribeiro do lugar da Gaia, freguesia de Vila Boa de Quires.
                   
O segundo livro de testamentos do concelho de Vila Boa de Quires, registados pelo escrivão António Pinto de Aguiar entre outubro de 1836 e setembro de 1837, possui um registo de doação e nomeação de José Teixeira e sua mulher Teresa Mendes da freguesia de Maureles; e os restantes fólios são testamentos de: José da Silva do lugar de Barco, freguesia de Abragão; Maria Josefa, viúva, do lugar do Eido, freguesia e concelho de Vila Boa de Quires; José Ferreira do Espirito Santo, do lugar do Vilarinho, freguesia de Perozelo; Custódia Maria da Casa de Prezigo, lugar de Buriz, freguesia de Vila Boa de Quires; Ana Maria do lugar do Outeiro, freguesia de Maureles e de Francisco José Pinto de Faria do lugar de Vez de Avis, freguesia de Abragão.

Concelho de Tuias

Para os estudiosos do antigo concelho de Tuias informamos que o Arquivo Municipal já descreveu, no seu programa GEAD e já colocou o documento digitalizado on-line, para que todos os interessados possam consultar.
Nas primeiras décadas do século XIX, o concelho de Tuias possuía 4 escrivães do público, um das sisas, um meirinho que servia de carcereiro e tinha a sua casa dos Paços do Concelho parcialmente destruída, o Pelourinho já havia desaparecido e a cadeia estava praticamente arruinada.
Mas para que fique a saber um pouco mais sobre este concelho consulte os capítulos de correição do concelho de Tuias que disponibilizamos, através da página da câmara e do programa GEAD.
          

Concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega

Para os interessados na história do extinto concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega ou para os amantes de genealogia que possuam antepassados desta localidade, vimos informar que o Arquivo Municipal de Penafiel já descreveu e colocará, brevemente, on-line, no seu programa GEAD, o livro que possui deste concelho. Trata-se, assim, de um livro de lançamento de um novo imposto sobre as bestas e parelhas e criados que não se ocupassem da agricultura.
          
Na freguesia de Caíde foram aboletadas duas pessoas: o Capitão Francisco de Sousa Pinto, da Casa de Vila Verde, por uma besta de carga, e Dona Bernardina de Vilela por outra besta de carga, ambos em mil réis.
Para a freguesia de Ataíde foram aboletadas duas pessoas: António Ferreira da feira por uma mula em mil réis e Manuel Joaquim Filipe, também por uma mula.
Para a freguesia de São Mamede, 3 pessoas: António Pinto, do casal por uma mula, também em mil réis; um almocreve de Lordelo por uma mula, também em mil réis e José Pinto das Regadas por um cavalo de carga, também em mil réis.
Para a freguesia de Santa Eulália, 5 pessoas: José Machado por uma mula, António Alves por um cavalo, Manuel Pinto de Soutelo por um macho; Francisco Pinto por um macho; Manuel Crispiano por um macho, todos em mil réis cada um.
Para a freguesia de Santo Isidoro, 4 pessoas: António Folgareta por um macho, José Ribeiro da Boussa por um macho; Custódio Pinto caseiro de Maria Mendes de Agua Levada por um macho; Bernardo António da Portela, almocreve também por um macho, todos em mil réis cada um.
Para a freguesia de Carvalhosa, 1 pessoa: António Joaquim de Mesquita por um galego de carga em mil réis.
Para a freguesia de São Briscimo, José Teixeira em mil réis por um macho.
Para a freguesia de Freixo de Baixo, Dona Antónia do Fajo por uma mula em mil réis.
Para a freguesia e Couto de Mancelos, 8 pessoas: José António da Tapada por dois machos em 2 mil réis; José Carvalho dos Novais por um macho em mil réis; Francisco José de Manhufe por um macho em mil réis; Francisco Plenário por um macho em mil réis; Manuel Fatelo por um macho, também em mil réis; José Maneto também em mil réis por um macho; José Branco por um macho, mil réis; José de Abreu por um macho, mil réis.

O que tudo importou a quantia de 28 mil réis.

Sabia que... (imagens da capela do hospital da misericórdia)


Em janeiro de 1835, a Santa Casa mandou trasladar as imagens da capela do hospital para a igreja do convento dos Capuchos, onde decorriam as obras para instalar o novo hospital da Santa Casa.

A transferência das imagens foi feita com pompa, integrando uma procissão solene que desfilou pelas ruas e um Te Deum cantado na igreja do convento, quando as mesmas lá entraram. A partir desta data, a igreja dos Capuchos assumiu as funções da igreja do hospital, sendo a antiga capela, em 1844, arrendada para nela se instalar a sociedade Phylo-Dramática Penafidelense, adaptando-a para teatro, alterando completamente o seu interior, bem como, parte da sua fachada.
         
                         (Convento dos Capuchos, Penafiel)

Sabia que... Maria do Carmo Palha de Faria Lacerda

Sabia que...


Maria do Carmo Palha de Faria Lacerda nasceu a 13 de janeiro de 1838? Era filha de José Pedro de Faria Mascarenhas e Melo de Lacerda, do segundo casamento de seu pai com sua sobrinha Maria da Piedade Pereira Palha de Faria.
D. Maria do Carmo casou em primeiras núpcias com Estevão José Pereira Palha de Faria Lacerda, seu tio. Após a morte deste voltou a casar, desta vez com Manuel Pedro Guedes, da Quinta da Aveleda, em 29 de julho de 1868, na igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.
                        
                            (Maria do Carmo Palha de Faria Lacerda)

Sabia que... Bispado de Penafiel

Sabia que...


Em janeiro de 1772, o provisor e vigário geral, Félix Martins de Araújo, tomou posse do bispado em nome do bispo de Penafiel, na igreja da Misericórdia?
A 3 de março de 1770, o rei D. José I concedeu à vila de Arrifana de Sousa alvará régio pelo qual a elevou à categoria de cidade. O monarca querendo desmembrar o bispado do Porto, escolheu esta localidade, centro de uma das quatro comarcas eclesiásticas que o compunham, para nova sede episcopal.
                               
                                         (Frei Inácio de São Caetano)
A Sé catedral passaria a ser a igreja da Misericórdia e a denominar-se Sé Catedral de Nossa Senhora e São José, devendo o bispo da mesma, Frei Inácio de São Caetano, tomar posse dela com cadeiral.
Apesar de Frei Inácio de São Caetano nunca ter vindo à localidade, o provisor e vigário geral, Félix Martins de Araújo, tomou posse do bispado em nome do bispo de Penafiel.
                             
                                      (Igreja da Misericórdia de Penafiel)

Sabia que... A presença dos frades Capuchos no hospital da Misericórdia

Sabia que...


A presença dos frades Capuchos no Hospital da Misericórdia
              
Os frades Capuchos, em 14 de dezembro de 1664, após terem saído da Quinta das Lages e tendo já iniciado a construção do seu mosteiro nos arrabaldes de Arrifana de Sousa, viram-se na necessidade de solicitarem à Santa Casa licença para se instalarem no hospital, uma vez que, Francisco Álvares da Rocha já lhes tinha cedido as suas casas contíguas a este edifício, mas estas não eram suficientes para albergarem os frades. Os irmãos da Mesa e da Junta, considerando as razões evocadas pelos clérigos e "alegando o serviço que podem fazer a Nosso Senhor no bem das almas deste povo", cederam-lhes as casas do hospital e do servente, para fazerem o seu hospício, até que o mosteiro estivesse pronto para os acomodar.

Câmara Municipal de Penafiel: Cartazes do passado...

                             
Há cerca de sessenta anos atrás, os penafidelenses puderam assistir por estes dias a três filmes em exibição em Penafiel:
- A garça e a serpente;
- O monte do diabo;
- Luta de espiões.
                             
Estes cartazes fazem parte de uma série da documentação da Câmara Municipal de Penafiel, que se encontra a ser tratada, neste momento, pelo Arquivo Municipal e que em breve estarão disponíveis on-line no seu programa GEAD.

Morgado da Aveleda: Cartazes que nos fazem relembrar o passado...


                      

Este cartaz encontra-se na documentação do Morgado da Aveleda, incorporada mais recentemente, no Arquivo Municipal de Penafiel, para tratamento.

Não possui data, mas pelo tipo de cartaz pensamos que será dos princípios do século XX, relativo a uma marca de vinho.
É um cartaz muito típico da "Belle Époque", existem muitos outros sobre os mais variados temas, que, sempre que nos forem surgindo, iremos divulgar.
O estudo desta série torna-se importante para entendermos o "marketing" e o apelo ao consumo dessa altura, com imagens lindíssimas e muito sugestivas....

Sabia que... O que comiam os pobres em Penafiel, no século XVIII e inícios do século XIX?

Sabia que...

O que comiam os pobres em Penafiel, no século XVIII e inícios do século XIX?

Segundo o médico António de Almeida, estes eram os principais consumidores de pão e bacalhau e quando estes produtos escasseavam e não se apresentavam nas melhores condições era natural que se notassem problemas de saúde e carências alimentares. Este físico teria considerado mesmo estes alimentos como possíveis causadores da febre que assolou esta localidade na última década do século XVIII.
            
Só a partir da segunda metade da centúria de oitocentos é que o bacalhau se começou a difundir entre as camadas sociais mais abastadas, sendo até aí, no geral, de má qualidade, considerado alimento dos pobres de difícil digestão e gerador de “humores melancólicos”.
Fotografia: Espólio FotoAntony

Sabiam que...Sítio da Associação Portuguesa de Arquivos Históricos Privados

Já está online o Sítio da Associação Portuguesa de Arquivos Históricos Privados (APAHP) http://arquivoshistoricosprivados.pt/, um espaço que desejamos de encontro entre os proprietários e detentores de Arquivos privados.
Promoveremos a divulgação e partilha de atividades, conceitos e informações, com o objetivo de criar uma Rede de Arquivos Privados e apoiar os proprietários na conservação, preservação e divulgação dos seus Fundos Arquivísticos.


Sabia que... A alimentação das elites até ao século XVIII

Sabia que...

A alimentação das elites até ao século XVIII
Os médicos e dietistas da Idade Moderna em imensos tratados advertiam para a importância de boas práticas alimentares, assinalando a importância do valor nutritivo de certos alimentos. A maneira de cozinhar, condimentar e de comer certos produtos era, deveras, difundida de forma a preservar a saúde dos indivíduos. Na pirâmide nutricional, o pão, o vinho e a carne tinham um papel preponderante.
A alimentação dos mais ricos, excessivamente rica em carnes, levava a que estes sofressem de excesso de proteínas e de pouca fibra, o que conduzia à incidência de doenças como a “gota”, neste grupo social. 
No entanto, em Penafiel, segundo o médico António de Almeida, a “gota” não constituiu um problema. Como o próprio mencionou, “a gota neste paíz é pouco vulgar e dentro da cidade de Penafiel, não há nenhum doente de gota, propriamente dito”. Contudo, existiram outros tipos de doenças que assolavam indivíduos que cometiam excessos alimentares. O referido clinico dava o exemplo do padre José da Costa Grelho, de 55 anos, de “temperamento sanguíneo, alimentado grosseiramente e entregue a excessos de comidas de serrabulhos a que é convidado, sujeito a emorroidas”.
                               

Assim, a nobreza, o clero superior e a alta burguesia, eram afetados por diversos tipos de doenças relacionados com excessivo consumo de alimentos muito cozinhados, gordurosos e energéticos, mas desequilibrados em nutrientes essenciais. Destacava-se a gota, como já mencionamos, a arteriosclerose, a litíase, as doenças digestivas, a diabetes e as doenças renais. 
                                
Veja-se a correspondência de D.ª Constança da Silva Guedes para o sobrinho Manuel Guedes da Silva da Fonseca, já nos finais do século XIX, em que a referida senhora alerta para os excessos e realça a virtude dos caldos.

Documentos: Fundo do Morgado da Aveleda