quarta-feira, 24 de maio de 2017

Amigos do Arquivo de Penafiel
“Breve achega sobre a Música na cidade de Penafiel”
 
                 Na Igreja do Recolhimento das Freiras de Nossa Senhora da Conceição, o órgão de pousar ou órgão positivo de armário, muito semelhante aos congéneres da primeira metade do século XVIII, é constituído por um corpo superior que alberga a tubaria e o inferior que comporta o sistema de vento com fole, contra-fole e alavanca. Um dos tubos está assinado: “Alloysio Lopes e Teixeira” (?). No mesmo coro-alto, o órgão de tubos da segunda metade do século XIX.
 
                Cf. DUARTE, Sónia. Breve achega sobre a Música na cidade de Penafiel. Notícias de Penafiel, Penafiel, 30 de setembro. 2016. Edição n.º20. p.13.
 
 
Amigos do Arquivo de Penafiel 
ILUSTRES ECLESIÁSTICOS PENAFIDELENSES
              
               Bispo - Conde de Coimbra – D. Manuel Luís Coelho da Silva, natural da paróquia de S. Miguel de Bustelo, onde nasceu na Casa de Palhais, a 26 de Março de 1859. Estudou no Colégio Antero de Quental, em Lousada, e no Seminário do Porto. Cursou direito em Lisboa. Ordenado presbítero em 1881, no tempo de D. Américo, Bispo do Porto. Professor no Seminário. Foi nomeado Cónego da Diocese do Porto, em 1890, e Vigário Geral em 1899 e Capitular depois de D. Américo até D. António Barroso, bispo do Porto.
Com a República, foi desterrado para as Caldas de Vizela, onde escreveu “Dez Meses de Governo do Bispado do Porto”, em 1912. De Vizela, às escondidas, vinha a casa se seus pais, em Bustelo.
É nomeado Bispo Conde de Coimbra, por Bento XV, e, nesta cidade manteve a sua conduta, na defesa da Igreja. Escreveu várias pastorais e livros. Foi este Penafidelense que aceitou a entrada no Seminário de Coimbra, de Padre Américo, para este concretizar a sua vontade de ser padre.
D. Manuel Luís Coelho da Silva faleceu a 1 de Março de 1936.
 
          Cf. FERREIRA, José Fernando Coelho. Ilustres Eclesiásticos Penafidelenses. Notícias de Penafiel, Penafiel, 21 de outubro. 2016. Edição n.º23. p.8.
        

utubro. 2016. Edição n.º23. p.8.
Casa da Sobreira
São Pedro da Sobreira, Concelho de Paredes
         A casa da Sobreira ficava junto à igreja de São Pedro da Sobreira, contudo, foi demolida em 2011, após o falecimento no ano anterior das últimas filhas de Maria Augusta da Cunha Leão e de António Rodrigues de Sá e Seabra.
Não se sabe ao certo a data da sua construção, contudo, quando nasceu Félix da Cunha em 1655, os seus pais já estariam a residir junto à igreja de Sobreira, como refere o assento de baptismo do mesmo.
Félix da Cunha era filho de Domingos da Cunha, originário da Casa da Cunha em Fundo de Vila de Casconha e de Francisca Maria Moreira. Casou em 4 de fevereiro de 1691 na igreja de São Martinho de Parada de Todeia com Isabel de Leão, nascida em 1660. Félix da Cunha teve um filho natural de Maria, solteira, natural de Recarei, de nome Félix da Cunha. Da esposa teve 2 filhos: Caetano da Cunha Leão e João da Cunha Leão, que foi reitor na igreja de São Pedro da Sobreira. Por sua vez o Caetano foi alferes, morava na Casconha e casou com Ana Moreira, sua prima em 2.º grau, da Casa da Cunha.
 
           Cf. LEÃO, Francisco Delfim Guimarães da Cunha – “Genealogia da Família Leão de Parada de Todeia e Sobreira”. Óbidos: Ed. de autor, 2012.
 
 
As festividades do ciclo do linho
            A primeira grande festa relacionada com o ciclo do linho era a arrinca ou arranque do linho. Esta atividade está associada às colheitas que se realizam entre o final do verão e o início do outono, da qual também fazem parte a desfolhada do milho e as vindimas, correspondendo estas, às principais festividades do ciclo agrícola.
De salientar, que de todas as festividades comuns no mundo rural, 40% estão relacionadas com o ciclo do linho. Os arrancadores, durante a arrinca, entoavam cantares, muitas vezes relacionados com o linho, para que a população circunvizinha os ouvisse e viesse participar.
Depois da arrinca, o linho era colocado sobre o carro de bois e conduzido até à eira, para aí ser ripado, atividade que consistia na operação de separação da baganha ou bagarela, (cápsula que contém a semente) do resto da planta. As brincadeiras no decurso da ripagem eram frequentes, consistindo uma delas no acréscimo propositado da dificuldade provocado pelas raparigas que, estando a entregar as manadas de linho aos homens, davam nós nos caules, o que fazia com que estes tivessem de puxar vigorosamente sem surtir efeito, pois as plantas ficavam presas no ripo. Se a rapariga que tinha dado o nó na manada fosse apanhada, colocavam-lhe o próprio nó no prato da comida. Um outro divertimento que ocorria durante a ripagem era o de um grupo pegar ao colo uma pessoa de cada vez, atirando-a para cima do linho que estava a ser depositado no carro de bois, mostrando assim, a força e a alegria de que ainda dispunham depois de um intenso dia de trabalho. No fim da ripagem era frequente o dono da casa servir uma merenda com sardinhas fritas, broa de milho, azeitonas e vinho.
 
           Cf. ANILEIRO, Ana. As festividades do ciclo do linho. Notícias de Penafiel, Penafiel, 8 de julho. 2016. Edição n.º11. p.6
 
 
Amigos do Arquivo de Penafiel
A 13 de março deste ano, a Dr. Maria Rita Leão Sá Seabra Lecour, doou ao arquivo municipal de Penafiel uma caixa com documentação referente à Casa da Sobreira, em São Pedro da Sobreira, concelho de Paredes.
Esta documentação baliza entre 1730 e 1940 e trata-se de vários documentos avulsos, essencialmente, testamentos, partilhas, compras e vendas e emprazamentos.
Será brevemente descrita arquivisticamente e digitalizada para ser disponibilizada on-line no nosso programa GEAD.
Aproveitamos para agradecer à Dr. Maria Rita Lecour e a seu primo Francisco da Cunha Leão, infelizmente já falecido, mas que sempre defendeu que a documentação da Casa da Sobreira deveria ser tratada e disponibilizada ao público.


 
Amigos do Arquivo de Penafiel
Livro disponível para consulta no arquivo municipal de Penafiel, gentilmente oferecido por Ilka de Castro Moreira Vilela, nossa utente do Brasil, no qual se encontra a descendência de Manuel Moreira de Meireles.
Manuel Moreira de Meireles nasceu na Casa de Pegas, no lugar de Outrela, em Perozelo.
Era filho de Ana Moreira e de António Lopes, neto materno de Helena Moreira e de Domingos Couto e neto paterno de Francisca Dias e António Lopes.
Manuel Moreira de Meireles nasceu em 26 de maio de 1681, era cavaleiro da Ordem de Cristo e irmão do padre Marcos Moreira, pároco de São Adrião de Duas Igrejas e Peroselo e de Maria Moreira que casou com Manuel da Fonseca, tendo herdado a Casa de Pegas.
Manuel Moreira de Meireles casou no Brasil com Josefa D'Assunção, natural do Rio de Janeiro e filha de Joana de Sousa e de Manuel Rodrigues. O casal residia em Santo António do Itatiaia, tendo em 1732 ocupado o cargo de vereador da Câmara de Vila Rica.
Trata-se da história e descendência de um penafidelense no Brasil, no século XVII, que vale a pena conhecer.

    Cf. VILLELA, Ilka de Castro Moreira - "Laços de Família". Belo Horizonte: Usina do Livro, 2013.

 
Amigos do Arquivo de Penafiel
Capela Santo António Velho
         O arquivo da Capela de Santo António Velho encontra-se na posse da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo.
No dia 5 de Julho de 2005 foi assinado um protocolo para tratamento e digitalização da documentação entre a Câmara Municipal de Penafiel e a referida Ordem, protocolo esse que visava o tratamento arquivístico do espólio, do qual consta a higienização, desinfestação, bem como pequenas intervenções de restauro, classificação, ordenação e descrição do fundo documental.
Foi no momento da incorporação e identificação da documentação que detectamos a existência de documentos pertencentes à Capela de Santo António Velho misturados com a documentação da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. Esses documentos são essencialmente requerimentos, declarações, um inventário, processos para a reparação da capela, livros de receitas e despesas.
 
 
Amigos do Arquivo de Penafiel
Arquiconfraria do Santíssimo e Imaculado Coração de Maria
        A Arquiconfraria do Santíssimo e Imaculado Coração de Maria foi, numa 1.ª fase, ereta na Igreja do Calvário, junto à Ordem Terceira de São Francisco, sendo a sua mesa governativa composta também por homens da dita Ordem, coexistindo pacificamente durante uns anos. Contudo, com a chegada do ano de 1854, os problemas começavam a agravar-se e, em 1855, decidiram mudar-se para a Igreja do Recolhimento. A 21 de Abril estabeleceram contrato com as recolhidas e, um ano depois, por decreto de 1 de Abril de 1856, Sua Majestade concedeu autorização para a transferência. A 23 de Abril de 1856, o alvará régio confirma novos estatutos.
Em 1856, avizinhava-se uma nova fase para a Arquiconfraria, agora já devidamente instalada no recolhimento, junto às irmãs ainda vivas.

             Cf.: ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Arquiconfraria do Imaculado Coração de Maria. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2010, p. 9-10. Disponível na internet:

              http://www.cm-penafiel.pt/…/inventarios-e-documentacao-publ…


 
Amigos do Arquivo de Penafiel
Casa de Mesão Frio
Valpedre
 
            O Arquivo da Casa de Mesão Frio - Valpedre deveria ser um grande arquivo, uma vez que a casa se tem mantido sempre na posse da mesma família desde a sua criação há já vários séculos, tendo sido enriquecida por várias propriedades vindas através de dotes e casamentos, mas na realidade o que chegou até nós é uma ínfima parte, fragmentada, recente e sem grande ligação ou coordenação entre si.
Assim, foi de uma extrema dificuldade para nós conseguir entender quer a história da família, quer a orgânica do sistema, quer a forma como os documentos relativos a outras propriedades vão surgindo no arquivo.
Segundo informação da família, os documentos mantiveram-se sempre na casa, junto da família, no entanto, segundo a mesma, uma prima teria queimado bastantes documentos que a seu ver se encontravam em mau estado. Ultimamente, os documentos encontravam-se num anexo da casa, o que explica o mau estado de conservação dos mesmos.
 
        Retirado do programa GEAD, link:
        http//geadopac.cm-penafiel.pt 

domingo, 21 de maio de 2017

Amigos do Arquivo de Penafiel
Paço de Sousa
2.ª Invasão Francesa

         O Exercito francês, na segunda invasão francesa, causa mortes e estragos na freguesia.
No mosteiro, com 21 monges, destroem 637 alqueires e meia quarta de trigo sabido, 1340 alqueires e meio de pão de segunda, 34 alqueires e meio de farinha, 20 pipas de vinho verde e 8 pipas de maduro, 60 arrobas de carne de porco, e 20 e tantas arrobas de bacalhau; quebram o telhado da igreja paroquial, atirando-lhe com pedras e os badalos dos sinos; estragam paramentos da sacristia e as portas das celas. Há notícias de 8 conterrâneos mortos pelos franceses.
Cf. MENDES, Manuel – Sumário de Datas de Paço de Sousa. Paço de Sousa: Colecções e Edições Gamuz, 1998, p.32.

            Imagens retiradas do livro “Esboço Histórico da Banda Musical de Paço de Sousa (no seu cinquentenário)”, p.37-38
 

 
 Sabia que ....

a 13 de maio de 1757, três pastorinhas, na Serra da Aboboreira, viram a Virgem Maria...
Nas Memórias paroquiais de Folhada, em 1758 , o abade José Franco Bravo, na questão sobre “tudo o mais que houver digno de memória, de que não faça menção o presente interrogatório”, relatou, detalhadamente, o avistamento da Virgem feito por três pastorinhas. As três jovens, menores de 12 anos, andavam a apascentar ovelhas no lugar do Outeiro do Preiro e já no fim do dia, pouco antes do pôr-do-sol, ouviram uma voz que as chamava pelos seus nomes próprios (duas eram Marias e uma Teresa). Tratava-se de uma mulher encostada a fragas altas, que sendo de média estatura, resplandecia luz. Chegadas à dita senhora, esta animou-as “com afagos” e falou com as meninas. Pegou na mão da menina mais virtuosa, tirou o rosário que outra menina trazia ao pescoço e atirou-o aos céus e repreendeu a mais velhinha das três, pelo vício que tinha de falar do demónio. A dita senhora pediu, ainda, às três crianças que chegadas à sua localidade contassem o que viram e pedissem a todos para jejuarem pão e água nas primeiras sextas-feiras e sábados e que fizessem uma romaria em louvor de Nossa Senhora, à volta daqueles penedos. Após contarem o que viram, ao local acorreu povo da localidade e de várias léguas ao redor, considerando um milagre o aparecimento da Virgem às pastorinhas. O abade da paróquia averiguou a situação e deu a conhecer a situação ao provisor do Bispado, tendo-se considerado as crianças uma fonte fidedigna, mesmo porque a população local relatava que por várias vezes haviam visto uma luz resplandecente, durante a noite, no local da dita aparição, até ao dia 13 de maio desse dito ano, não voltando, depois, a ser vista essa claridade. O abade referiu, ainda, que após o avistamento, realizaram-se vários milagres e que o povo acorria ao local, onde o pároco mandou colocar uma estampa de Nossa Senhora da Lapa e uma cruz de pau.

      Cf. TT, Torre do Tombo, PT/TT/MPRQ/15/98, Memórias Paroquiais de Folhada, 1758, vol. 15, n.º 98, p. 606-607.







 
 
Amigos do Arquivo de Penafiel
Como se processava a entrada no Recolhimento?
         “A entrante deverá vir sem galas, nem enfeites, mas com vestido moderado e honesto.
Irá para a Igreja do recolhimento onde estarão as velas acesas no altar-mor.
Aí se fará oração, após a qual é conduzida pelo Padre Capelão para a Portaria e aberta a porta da Clausura. Dentro dela estará esperando a comunidade de formada, em duas alas com cruz alçada.
A entrante deverá se colocar de joelhos e pedir a bênção à Regente que lhe fará algumas perguntas. Se as respostas agradarem à Regente, fecham a porta da clausura e encaminham-se para o coro. Aí depois de entoarem vários cantigos, se colocará de joelhos junto à Regente que lhe cortará os cabelos e lançará o hábito.
Após vestir o hábito e beijar os pez a toda a comunidade a noviça entrará para o noviçiato com a Mestra das Noviças e a sua companheira.
A Mestra deverá assentar num livro, os nomes da noviça, de seus pais e o da terra e freguesia de onde vêm, e o dia, o mês e o ano em que entra.
O número máximo de recolhidas será 33.
Todas as que foram admitidas serão para o coro. Para os ofícios mais humildes asseitam criadas mas muito honestas e virtusoas e que deveram andar vestidas de hábito pardo e cingidos com o cordão de S. Francisco.
Nenhuma recolhida pode ter criada particular.
As noviças estarão sempre clauzuradas no noviçiado que deverá estar sempre fechado, vivendo dentro dele a Mestra e sua Companheira e só saíram dele as noviças formadas em comunidade para os actos da comunidade.
Passado 6 meses será a noviça proposta a votos da comunidade e o mesmo se fará passados 11 meses. No dia em que a Regente determinar se tocará a campainha a capítulo e as recolhidas que tiverem 3anos de hábito iram para o coro. A Mestra e companheira das Noviças informarão a Comunidade do que tem alcançado das noviças sobre o seu génio, saúde, forças, capacidade, virtudes, observância dos Estatutos, pontualidade na obediência e actos da comunidade.
Depois todas as que estão no capítulo votarão por votos secretos pretos ou brancos. Se forem mais votos brancos do que pretos a noviça ficará aprovada. A escrivã lançara num livro esta acta que assinara ella, a regente, a vice-regente e a Mestra das noviças.
No caso dos votos empatarem ou serem mais votos pretos do que brancos se avisará o prelado que determina o que achar justo.
Nos votos dos 11 meses se fará o mesmo, mas nesta altura se tiver mais votos pretos do que brancos será expulsa.
Admitida pelos votos a noviça fará juramento de defender a Puríssima Conceição de Maria Santíssima sua Padroeira e receberá o véu azul depois de Bento. No dia da profissão assinará um termo num livro pela escrivã.
 
           Cf.: FERNANDES, Paula Sofia; RIBEIRO, Joana – Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2003, p. 14-16. Disponível online em:
 
 
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Registo de Presos na Cadeia de Penafiel
 (1935-1936)
               A série “Registo da entrada e saída dos presos”, pertencente ao fundo da Administração do Concelho de Penafiel, é composta, apenas, por um livro (1935-1937). Embora esta fosse uma competência do Administrador do Concelho já prevista no Código Administrativo de 1842, este foi o único que chegou até nós. Esse registo reúne vários dados, nomeadamente, nome do preso, data de prisão, naturalidade, idade, sinais do preso, estado civil, profissão, data de saída da prisão, natureza do crime, grau de instrução, tempo de prisão, entre outros.
Após a análise desses dados, pudemos verificar que a maioria dos presos eram homens, as poucas mulheres que aparecem eram, praticamente, todas “toleradas”*. Em relação à faixa etária, temos idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos, no entanto, a moda encontra-se entre os 20 e os 40 anos.
Relativamente à naturalidade/residência, podemos afirmar que eram presos vindos de quase toda a região norte do país, nomeadamente, Bragança, Braga, Lamego, Vila Real, Alijó, Amarante, Marco de Canaveses, Lousada, Paços Ferreira, Barcelos, Porto, Santo Tirso, Aveiro, Espinho, Valongo, Vila do Conde, entre outros. No entanto, encontramos, ainda, outros vindos de Sintra, Santarém, Leiria, Coimbra, Viseu … e assim se confirma que Penafiel era, realmente, uma terra de passagem para variadíssimas localidades do país.
A natureza dos crimes que motivaram a entrada na cadeia, não varia muito, agressão, furto, suspeita de furto, jogo, ofensa à moral, desobediência, burla, embriaguez e averiguações.
Estes presos ficavam na cadeia, uma média de 5 a 6 dias.
 
            Cf. SANTOS, Cecília. Registo de presos na cadeia de Penafiel (1935-1936). Notícias de Penafiel, Penafiel, 19 de agosto. 2016. Edição n.º15. p.24.
 
 
 


 
Amigos do Arquivo de Penafiel
Dom José António de Melo
1.º Conde do Cartaxo
          
              Dom José António de Melo era filho de Leonor Maria José de São Paio Melo e Castro e de José António de Melo e Silva César de Meneses, tio da Condessa de Pangim. Era bisneto pelo lado materno do 1.º Marquês de Pombal.
Foi gentil-homem da câmara de D. João VI, comendador da Ordem de Cristo e comendador da Ordem de São Leopoldo da Áustria.
O título de 1.º Conde do Cartaxo foi-lhe concedido por decreto de D. Miguel em 1830.
Em 4 de junho de 1840 recebeu uma parte da herança de sua tia paterna, a Condessa de Barbacena. Deixou a sua herança às sobrinhas Dona Francisca da Câmara e a Dona Joana da Câmara, irmãs da Condessa de Pangim.
 
            Cf. ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Inventário do acervo documental do Morgado da Aveleda. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2011, p.994-995.

            Imagens dos documentos pertencentes ao Morgado da Aveleda, cotas: PT/SACQA/ MA/C/O/F/fl. 01 e bfl. 02.
 

 

sábado, 20 de maio de 2017

Amigos do Arquivo de Penafiel
Cristiano Van Zeller
                Filho de Roberto Van Zeller e de Dona Dorothea Augusta Kopke. Neto materno do 1.º Barão de Vilar. Pai de Dona Helena Van Zeller.
Casou com Dona Carlota de Sousa e Barros Leitão de Carvalhosa de Mesquita e Macedo, com a qual fez contrato antenupcial em 7 de novembro de 1870. Sua esposa faleceu a 3 de junho de 1916.
Era senhor da casa e quinta de Fiães. Dona carlota era filha de Inácio José de Sampaio e Pina de barros Leitão de Carvalhosa e de Dona Carlota Van Zeller. Cristiano e Dona Carlota Mesquita e Macedo eram primos.
 
        Cf. ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Inventário do acervo documental do Morgado da Aveleda. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2011, p.1193-1206.
 
        Imagem: Quinta de Fiães, retirada do site http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/4817601.html.
 
 
Cristiano Nicolau Kopke

             Filho de Nicolau Kopke e de D. Doroteia Schwenir. Foi 1.º Barão de Ramalde, título criado por Dona Maria II em 1831 e 1.º Barão de Vilar em 1836, títulos criados a seu favor pela rainha.
Foi comendador da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Foi comerciante na Praça do Porto, residia na sua quinta do Vilar, na freguesia de Cedofeita, no Porto.
Esta quinta é o actual Colégio de Nossa Senhora de Lourdes.
Foi membro da Junta do Porto em 1828 e casou com a sua sobrinha Leonor Carolina Van Zeller, de quem teve dois filhos: Dona Doroteia Augusta Kopke e Nicolau Cristiano Kopke, que faleceu solteiro, em S. Paulo no Brasil.
 
        Cf. ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Inventário do acervo documental do Morgado da Aveleda. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2011, p.1209-1210.
 
         Imagens: Brasão do Barão de Vilar, retirado do site http://www.baraodevilar.com/pt/.
 
Amigos do Arquivo de Penafiel
Brás de Abreu Guimarães
             Casado com Dona Joana do Nascimento de Araújo Aranha, da qual teve quatro filhos: Joana Felizarda Delfina, Brás de Abreu Aranha e Araújo, João de Abreu Aranha, Bento de Abreu Aranha.
Foi professo da Ordem de Cristo.
Escudeiro do número da cidade do Porto.
Deputado da Junta da Companhia Geral do Alto Douro.
Procurador d’El Rei para administrar e arrecadar as rendas da cidade do Porto em 1768.
Foi deputado da Junta da Companhia Geral do Alto Douro e procurador d’El Rei para administrar e arrecadar as rendas da cidade do Porto em 1768.
Foi, ainda, administrador da Casa de Abrantes em Fontes, que possuía Dom João e que deixou por herança à Sereníssima Casa do Infante, administração esta que continuou nas mãos de seu filho, Brás de Abreu Aranha e Araújo. Foi instituidor no Porto da fábrica de sedas de ouro e prata, veludos e sedas ricas. Desta feita a indústria de sedas no Porto, começou e ganhou força a partir de Brás de Abreu Guimarães.
 
          Cf. ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Inventário do acervo documental do Morgado da Aveleda. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2011, p.860

           Imagem retirada do site https://portoisav.wordpress.com/.
 
 
Amigos do Arquivo de Penafiel
Bonifácio da Cruz
        Bonifácio da Cruz, em Junho de 1710, foi nomeado no partido de barbeiro sangrador da Misericórdia de Penafiel, para que sangrasse, colocasse ventosas e cáusticos aos doentes pobres do lugar e freguesia de Penafiel.
Tinha na altura cerca de 38 anos e recebia de ordenado 6 mil réis anuais. No entanto, já em 1700 fazia trabalhos de sangrador para a Santa Casa, que o chamava quando necessitava dos seus serviços, bem como, a outro barbeiro sangrador de nome João de Matos.
Para além destas funções, tirava dentes, cortava cabelo, fazia barbas e tratava feridas superficiais.
Era irmão de menor condição da dita confraria desde 1699. Morava abaixo da igreja matriz, a escassos metros do hospital, e esteve ao serviço da Misericórdia durante 28 anos. Onze anos prestando serviços gratuitos, remunerado por vezes (de 1699 a 1710) e depois 17 anos servindo o partido de barbeiro sangrador da Casa, com ordenado certo.
Era um homem conceituado e pertencia a várias confrarias da terra. Faleceu na noite de 9 de Dezembro de 1727 e foi sepultado na capela do Senhor do hospital.
 
         Cf. FERNANDES, Paula Sofia Costa – O hospital e a botica da Misericórdia de Penafiel (1600-1850). Penafiel: Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, 2016, p.309-311.
 
 


 

quinta-feira, 4 de maio de 2017

SEMINÁRIO - PAREDES: CULTURA E HISTÓRIA
Auditório da Escola Secundária de Paredes
6 de Maio de 2017
A descendência de Joana Meireles Guedes
e de
José Anastácio da Silva da Fonseca
            Este casal teve um único filho, Manuel Guedes da Silva da Fonseca de Meireles de Carvalho, que casou com Dona Maria Leonor Teresa da Câmara, Condessa de Pangim, e com quem teve cinco filhos. Manuel Pedro Guedes da Silva da Fonseca Meireles de Carvalho, Joana Guedes da Câmara, Francisca Guedes, Teresa Maria Guedes e Constança Guedes da Câmara.
Tiveram quatro meninas, uma delas, Maria José, faleceu, ainda muito jovem. Outra, Antónia Rita de Bourbon, casou com Luís Pereira de Melo e Nápoles Sottomayor, 10.º Senhor do Morgado da Barbeita, em Monção e fidalgo da Casa Real, do qual teve José Pedro de Melo Nápoles Sottomayor, Maria dos Prazeres de Melo e Nápoles Sottomayor, Maria Isabel de Bourbon de Melo e Nápoles, que foi sempre criada por sua avó, Dona Joana, Luís Pereira de Melo e Nápoles e Joana de Melo e Nápoles.
Por sua vez, a sua filha Dona Maria Isabel de Bourbon da Silva Guedes casou com Francisco Diogo de Sousa Cyrne de Madureira Alcoforada, senhor da Casa do Poço das Patas, no Porto, senhor do Morgado do Freixo, em Guilhabreu, senhor da Honra de Gominhães, da Torre de Alcoforado. Foi provedor da Companhia dos Vinhos do Alto Douro.
Deste casamento nasceram três filhos: Francisco Cyrne de S. Madureira, Maria da Purificação Cyrne de Madureira e José Anastácio Cyrne de Madureira.
Ana José de Bourbon, outra das filhas destes, casou com Domingos Augusto da Silva Freitas de Meireles e Vasconcelos, senhor da Casa da Fábrica, que se situava na actual rua de Avis, lugar onde hoje se encontra o Hotel Infante Sagres.
           Cf. ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Inventário do acervo documental do Morgado da Aveleda. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2011, p.887.
           Imagens do Palácio dos Cyrne, no Porto, retiradas do site https://www.tripadvisor.com.br e da Casa da Fábrica, do Porto, do site http://monumentosdesaparecidos.blogspot.pt/.

 
Poço das Patas, no Porto
                     O Poço das Patas situava-se na freguesia de Santo Ildefonso, junto ao rio, e nesta zona localizavam-se três grandes quintas:
- a dos Cirnes;
- a do Prado, propriedade do Bispo, onde hoje se encontra o Prado do Repouso;
- a da Fraga.
Nesta zona corria o ribeiro de Mijavelhas.
Brás de Abreu Guimarães possuía várias casas e quintas na rua do Poço das Patas, junto ao Poço das Patas e rio de Lavandeiras.
Não sabemos como Brás de Abreu Guimarães adquiriu todos estes bens ou se os herdou, sabemos que algumas propriedades tinham com ele.
Sabemos, contudo, que Dona Joana Felizarda Delfina, sobrinha de Brás de Abreu Aranha, filha de Brás de Abreu Guimarães, herdou vários bens de seu tio, entre os quais as casas e quinta cercada de muro, sita ao pé da Fonte das Lavandeiras, no Poço das Patas, no Porto.
Estas propriedades eram foreira à Câmara do Porto, bem como vinte e uma moradas de casas térreas, também no Poço das Patas, foreiras à Câmara Municipal do Porto e várias casas térreas na rua Direita, perto da Fonte das Lavandeiras.
Dona Joana e Manuel de Meireles Guedes de Carvalho, morgado da Aveleda, residiram nesta quinta do Poço das Patas, no Porto, na 2.ª metade do século XVIII.
                 Cf. ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Inventário do acervo documental do Morgado da Aveleda. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2011, p.771.
                  Imagens retiradas do site http://portoarc.blogspot.pt/20…/…/fontes-e-chafarizes-i.html.
Documento pertencente ao espólio do Morgado da Aveleda, cota PT/SACQA/MA/A/AQ/C/cd.02.