Dotação de órfãs
Praticamente todas as misericórdias de Portugal e do Ultramar
distribuíram dotes para casamento de órfãs pobres ou para parentas dos
instituidores destas obras pias, constituindo uma forma de contrato
social dos comportamentos femininos, que se acentuou após Trento,
tornando-se algo comum na Idade Moderna.
Penafiel não fugiu à regra e, se para o século XVII, temos a instituição de cinco legados para dotar órfãs, na centúria seguinte aumentou para sete, não chegando à Santa Casa, no século XIX, nenhum legado com este propósito.
O grande volume de contratos instituídos com o fim de dotar donzelas não justificou que a irmandade penafidelense atribuísse dotes a partir de receitas próprias, como outras instituições congéneres efectuaram, uma vez que vários beneméritos se encarregaram de legar bens à irmandade para o efeito.
Os instituidores de legados para dotar órfãs na Misericórdia de Penafiel foram todos homens, verificando-se, assim, uma preocupação masculina na ressalva da honra e virtudes das mulheres, assumindo-se como pais protectores para aquelas que os haviam perdido.
Penafiel não fugiu à regra e, se para o século XVII, temos a instituição de cinco legados para dotar órfãs, na centúria seguinte aumentou para sete, não chegando à Santa Casa, no século XIX, nenhum legado com este propósito.
O grande volume de contratos instituídos com o fim de dotar donzelas não justificou que a irmandade penafidelense atribuísse dotes a partir de receitas próprias, como outras instituições congéneres efectuaram, uma vez que vários beneméritos se encarregaram de legar bens à irmandade para o efeito.
Os instituidores de legados para dotar órfãs na Misericórdia de Penafiel foram todos homens, verificando-se, assim, uma preocupação masculina na ressalva da honra e virtudes das mulheres, assumindo-se como pais protectores para aquelas que os haviam perdido.
Cf. Fernandes, Paula Sofia Costa – Casamento, honra e família: os dotes
da Misericórdia de Penafiel (séculos XVII_XIX). In Capela, José
Viriato; Araújo, Maria Marta Lobo de; Esteves, Alexandra; Castro, Sandra
(org.) – Da caridade à solidariedade: Políticas públicas e práticas
particulares no mundo ibérico. Braga: Universidade do Minho. Laboratório
de paisagens, património e Território – Lab2PT, 2016. P. 92-93.
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