segunda-feira, 13 de março de 2017

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Arquivo da Sociedade Mercantil

Freitas & Neves

                Era constituída por uma empresa em que o comércio principal consistia em fazendas de lã e seda e por uma fábrica em que se manufacturavam peças de seda, ouro e prata, no Porto.
Esta sociedade iniciou-se em 1 de abril de 1810 e findou com a morte de José Maria das Neves, em 7 de fevereiro de 1836. O sócio sobrevivente da empresa era Domingos José de Freitas Guimarães, da freguesia de Santo Ildefonso, no Porto.
Quando a empresa faliu, Jerónimo Carneiro Geraldes, foi nomeado administrador da massa falida.
Uma parte do arquivo da Sociedade Mercantil Freitas & Neves foi colocada à guarda do tribunal, em meados do século XIX. Mais tarde, passou para a posse dos proprietários da Quinta da Aveleda, sendo guardada com o restante arquivo da família.
A documentação encontra-se digitalizada e acessível on-line, no programa GEAD, e está balizada cronologicamente entre 1766-1836, sendo composta por 25 livros, 1 caderno, 1 bifólio e 1 fólio.
Desta forma, possui registo de despesa com portes de navio de 1766-1770, com a soma de quanto custavam os fretes, mercadorias e alugueres de armazéns. Este documento, anterior à data da fundação da sociedade, pertencia a Brás de Abreu Aranha, que esteve relacionado com a dita sociedade.
Possui um livro de faturas de 1802 a 1814, possuindo faturas de compras, grande parte delas feitas em Londres, Lisboa, Porto e Rio de Janeiro, por ordem da Sociedade Freitas & Neves e enviadas para Portugal, demonstrando que a firma já funcionaria antes da sua constituição legar em 1810. Compões este subsistema um livro copiado de bilhetes de alfândega, com os dados dos navios e o que transportavam, bem como, com o valor do que foi pago na alfândega. Um “borrão de correntes e lembranças” de 1810-1835, que se refere à aquisição de algodão, açúcar, couros e tecidos. Um livro de 1810-1835, com registo das compras e arrematações em praça pública, que especifica os bens adquiridos, nomeadamente, couros, fardos com peças de tecidos, sacos com algodão empluma, entre outros.
O registo mensal das dívidas de “diversos” a “Domingos José de Freitas Gomes”, a “Fazendas Gerais”, a “Caixa” e vice-versa.
Um livro de caixa de 1817 a 1834, com várias entidades a declarar que receberam dos senhores Freitas e Neves várias quantias relativas a fazendas e aluguer.
Um diário de caixa de 1826 a 1834, que possui o pagamento aos oficiais da fábrica, alugueres da mesma, entradas de dinheiro do Banco Inglês, pagamentos de direitos de alfândega.
Quatro livros referentes a “saídas de mercadorias”, de 1809-1835, relativo a tecidos, açúcares entre outros produtos.
Três livros de borradores com o registo das compras efetuadas, a pessoa a quem comprou, o quê e o valor. Registos de vendas.
Dois livros de “Memorial diário” entre 1810 e 1825, com o registo diário do que se pagou e do que se recebeu, o nome e o valor, bem com o registo de pagamento de férias aos oficiais da fábrica.
Entre outros documentos.
Este sistema é valioso para quem pretende estudar a atividade comercial em Portugal e particularmente na cidade do Porto, na centúria de oitocentos.
Cf. ARQUIVO MUNICIPAL DE PENAFIEL – Inventário do acervo documental do Morgado da Aveleda. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2011, p.1249-1261
Imagens do Sistema Mercantil Freitas e Neves, cotas:
PT/SACQA/SMFN/001/LV01/fl.05.
PT/SACQA/SMFN/LV03/fl.05
 

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