Subsistema António José Leal
António José Leal, cunhado do Barão do Calvário, benemérito da Santa
Casa da Misericórdia de Penafiel, durante a sua vida foi doando e
ajudando a Misericórdia sobretudo no que diz respeito ao novo hospital,
tendo mesmo em 7 de Janeiro de 1876 inaugurado duas enfermarias de
entravados ou inválidos do trabalho.
No seu testamento também não se esqueceu da mesma, que para além de voltar a dotar as ditas enfermarias, deixa e lega “… a minhas duas irmãs Dona Joana Rosa Leal e Ana da Conceição Leal, solteiras, maiores, comigo moradoras, conjuntamente para ambos e até à última que falecer, o uso fruto vitalício da minha propriedade dos Capuchos, para que tudo gozem na qualidade de usufrutuárias e deixo a propriedade da mesma casa e cerca denominada dos Capuchos, nesta cidade de Penafiel à Santa Casa com a expressa condição de o edifício ser destinado, logo em seguida à morte da última usufrutuária para a fundação de um asilo ou casa de educação de raparigas pobres e desvalidas, mas honestas, sendo essa educação exclusivamente destinada a formar boas criadas de servir de modo que só se lhes ensinarão ali, além da doutrina christã, as primeiras letras, aquelas prendas e habilitações de cozinha e costura que são próprias do estado e mister dito de creadas e nada mais que seja de luxo e ostentação e as possa fazer desviar depois da referida aplicação e com mais a expressa condição de que a direcção e governo do referido instituto será entregue logo depois da sua fundação à Irmãs Portuguesas Hospitaleiras dos Pobres cuja congregação se acha estabelecida em Lisboa no Convento das Trinas, e estas Irmãs Hospitaleiras serão as administradoras exclusivas do dito asilo ou Casa de Educação não podendo ser substituídas por outra qualquer outra administração e para custeio e sustento do mesmo asilo e suas directoras e mestras lhes entregará igualmente a mesa da Santa Casa o usufruto da Cerca anexa à casa e de suas dependências e pertenças, bem como o rendimento de 5 contos de reis em Inscripções que lego à Santa Casa…. Declaro mais que o número das raparigas a administrar, a sua admissão, o número e qualidade de Irmãs Hospitaleiras que hão de residir no asilo, a admissão também de pensionistas por paga, o regulamento do ensino e em suma também a administração interna do asilo e dos seus rendimentos pessoal … ficará tudo exclusivamente a cargo e sobre a responsabilidade das irmãs hospitaleiras, tendo apenas estas, ou a que for superiora, de dar no fim de cada ano à Santa Casa um relatório do estado da Instituição e nada mais.”
Convém referir que as irmãs hospitaleiras já estavam a residir no hospital desde 1876, num total de 5, entre as quais há uma superiora. No entanto, não foi possível detectar quando começou a funcionar, mas em 6 de Abril de 1932 o Asilo de Raparigas Pobres “António José Leal” já existia como comprova a ata que descreve um requerimento a solicitar a entrada de uma menor, o que demonstra que a admissão de menores não ficaria só sobre a responsabilidade das irmãs hospitaleiras, mas ia também a reunião de Mesa.
Em 1935, na ata de 22 de Julho a mesa é autorizada, por despacho ministerial, a proceder a obras no asilo das Raparigas a par de outros, em 1939, na ata de 2 de Dezembro de 1939 volta-se a referir a necessidade de proceder a obras no edifício do asilo das raparigas pobres por “ameaçar ruína”. Nas atas da Mesa nada nos indica que a administração do asilo fosse, por parte das hospitaleiras, tão autónoma quanto o testador queria, uma vez que na destruição dos pelouros de 1842 verificamos que o Provedor era responsável pelo Hospital, Asilos e Secretaria. Alguns anos mais tarde, a 5 de Julho de 1953, a ata da mesa dá-nos conta das dificuldades que o Internato sofria, devido ao facto das comparticipações do estado terem diminuído, por isso, meio ano depois, a mesa delibera que a entrada de meninas deverá ser validada pela Comissão Administrativa, pois este não tinha grandes rendimentos para as sustentar. No entanto, as meninas continuaram a entrar para o Asilo de pobres em 1955, 1956 e 1957, sendo muitas destas crianças de tenra idade. No compromisso da irmandade de 1956, nas competências da mesma, refere manter o Asilo “António José Leal” para raparigas pobres e desvalidas. A data em que o mesmo foi extinto não foi possível apurar.
No seu testamento também não se esqueceu da mesma, que para além de voltar a dotar as ditas enfermarias, deixa e lega “… a minhas duas irmãs Dona Joana Rosa Leal e Ana da Conceição Leal, solteiras, maiores, comigo moradoras, conjuntamente para ambos e até à última que falecer, o uso fruto vitalício da minha propriedade dos Capuchos, para que tudo gozem na qualidade de usufrutuárias e deixo a propriedade da mesma casa e cerca denominada dos Capuchos, nesta cidade de Penafiel à Santa Casa com a expressa condição de o edifício ser destinado, logo em seguida à morte da última usufrutuária para a fundação de um asilo ou casa de educação de raparigas pobres e desvalidas, mas honestas, sendo essa educação exclusivamente destinada a formar boas criadas de servir de modo que só se lhes ensinarão ali, além da doutrina christã, as primeiras letras, aquelas prendas e habilitações de cozinha e costura que são próprias do estado e mister dito de creadas e nada mais que seja de luxo e ostentação e as possa fazer desviar depois da referida aplicação e com mais a expressa condição de que a direcção e governo do referido instituto será entregue logo depois da sua fundação à Irmãs Portuguesas Hospitaleiras dos Pobres cuja congregação se acha estabelecida em Lisboa no Convento das Trinas, e estas Irmãs Hospitaleiras serão as administradoras exclusivas do dito asilo ou Casa de Educação não podendo ser substituídas por outra qualquer outra administração e para custeio e sustento do mesmo asilo e suas directoras e mestras lhes entregará igualmente a mesa da Santa Casa o usufruto da Cerca anexa à casa e de suas dependências e pertenças, bem como o rendimento de 5 contos de reis em Inscripções que lego à Santa Casa…. Declaro mais que o número das raparigas a administrar, a sua admissão, o número e qualidade de Irmãs Hospitaleiras que hão de residir no asilo, a admissão também de pensionistas por paga, o regulamento do ensino e em suma também a administração interna do asilo e dos seus rendimentos pessoal … ficará tudo exclusivamente a cargo e sobre a responsabilidade das irmãs hospitaleiras, tendo apenas estas, ou a que for superiora, de dar no fim de cada ano à Santa Casa um relatório do estado da Instituição e nada mais.”
Convém referir que as irmãs hospitaleiras já estavam a residir no hospital desde 1876, num total de 5, entre as quais há uma superiora. No entanto, não foi possível detectar quando começou a funcionar, mas em 6 de Abril de 1932 o Asilo de Raparigas Pobres “António José Leal” já existia como comprova a ata que descreve um requerimento a solicitar a entrada de uma menor, o que demonstra que a admissão de menores não ficaria só sobre a responsabilidade das irmãs hospitaleiras, mas ia também a reunião de Mesa.
Em 1935, na ata de 22 de Julho a mesa é autorizada, por despacho ministerial, a proceder a obras no asilo das Raparigas a par de outros, em 1939, na ata de 2 de Dezembro de 1939 volta-se a referir a necessidade de proceder a obras no edifício do asilo das raparigas pobres por “ameaçar ruína”. Nas atas da Mesa nada nos indica que a administração do asilo fosse, por parte das hospitaleiras, tão autónoma quanto o testador queria, uma vez que na destruição dos pelouros de 1842 verificamos que o Provedor era responsável pelo Hospital, Asilos e Secretaria. Alguns anos mais tarde, a 5 de Julho de 1953, a ata da mesa dá-nos conta das dificuldades que o Internato sofria, devido ao facto das comparticipações do estado terem diminuído, por isso, meio ano depois, a mesa delibera que a entrada de meninas deverá ser validada pela Comissão Administrativa, pois este não tinha grandes rendimentos para as sustentar. No entanto, as meninas continuaram a entrar para o Asilo de pobres em 1955, 1956 e 1957, sendo muitas destas crianças de tenra idade. No compromisso da irmandade de 1956, nas competências da mesma, refere manter o Asilo “António José Leal” para raparigas pobres e desvalidas. A data em que o mesmo foi extinto não foi possível apurar.
Cf.: ARQUIVO MUNICIPAL DE
PENAFIEL – Santa Casa da Misericórdia de Penafiel – Inventário do Acervo
Documental. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2009, p.133-135.
Disponível online em: http://www.cm-penafiel.pt/…/inventarios-e-documentacao-publ….
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