sábado, 24 de junho de 2017

Amigos do Arquivo de Penafiel
Entrada de doentes no hospital da Santa Casa
entre
1781-1801
          A média corresponde a uma entrada de cerca de 12 enfermos por ano, mas, na realidade, anos houve onde só entraram entre dois a quatro enfermos. Tal deve-se ao facto de os doentes serem, preferencialmente, tratados no seu domicílio.
No que respeita às flutuações de entradas ao longo dos meses destes anos, verificou-se que, raramente davam entrada no hospital doentes no mês de janeiro, fevereiro e dezembro. Ou seja, nesta localidade, os meses de mais frio não implicavam mais hospitalizações. Era entre os meses de julho e outubro que se concentrava o maior número de entradas no hospital, o que correspondia aos meses de estio e ao período que antecedia as colheitas.
O mês de agosto era, sem sombra de dúvida, aquele que levava mais indivíduos a darem entrada no hospital, numa prevalência igual para os dois sexos.
Esta situação enquadra-se no observado por vários investigadores para outros hospitais nacionais, neste período, e os motivos residem no calor, águas estagnadas, falta de higiene, dificuldades de preservação dos alimentos que levavam ao grassar das febres, e variadas epidemias. A isto somava-se o período de pré-colheitas, essencialmente, entre maio e agosto, em que a falta de alimentos, a alta de preços, originava subnutrição, fome e debilidades.
 
          Cf. FERNANDES, Paula Sofia Costa – O hospital e a botica da Misericórdia de Penafiel (1600-1850). Penafiel: Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, 2016, p 108-109.
 

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