segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Ilustres Eclesiásticos Penafidelenses
              Padre Américo Monteiro de Aguiar – natural de Salvador de Galegos, nasceu na casa do Bairro, era o mais novo de oito irmãos. Estudou na escola régia de Galegos, no Colégio de N.ª S.ª do Carmo (Penafiel), e no de Santa Quitéria (Felgueiras). Em 1906, Vai para África (Moçambique, Chinde). Aí encontrou o Padre Rafael, que mais tarde erara sempre. É este prelado franciscano, que o apoia na sua ideia de ser padre. 
De férias em Portugal, foi visitar o seu amigo companheiro de escola em Galegos, então Pároco de Penafiel, o Dr. Avelino Soares. E pediu-lhe a opinião, sobre a ideia, de ir para franciscano. Era uma “martelada”. Conhecedor da sua maneira de folgazão, disse:a sagrado Bispo Titular de Augusta e Prelado de Moçambique, e ficaram amigos p “tu sabes lá o que é ser padre…agora frade!…“. Com viagem marcada de regresso a Moçambique, não embarca, e segue em Outubro de 1923, para o convento franciscano de Santo António de Vilariño da Ramalhosa, em Tui, Espanha. Aqui a disciplina é apertada, e desiste. Com a ajuda de seu irmão José, vai entrar, para o Seminário de Coimbra, com a bênção do Bispo Conde D. Manuel Luís Coelho da Silva. Em 28 de Julho de 1929, era ordenado padre, pelo mesmo bispo de Coimbra.
Com a sopa dos pobres inaugurada em 1932, é padre Américo que fica a dirigi-la, com grande sucesso. Vem depois as Colónias de Férias, a “Obra da Rua”, com as Casas do Gaiato de Miranda do Corvo, em 1940, Paço de Sousa, 1942, Lar do Porto, Lar da Casa do Gaiato de Coimbra, S. João da Madeira, Casa do Gaiato do Tojal (Lisboa), Lar de Lisboa, Casa do Gaiato de Setúbal, Madeira e Açores. Património dos Pobres, o Calvário. As Casas do Gaiato em África, Moçambique e Angola. 
A “Obra da Rua” tem editado muitos livros seus, dos artigos que ele escrevia, no jornal “O Gaiato”, que espelham, a sua obra, o seu pensamento, e a sua vida de sacerdote.
Foi uma vida de entrega aos outros, uma correria, no cuidar dos pobres. Mas em Julho, o “Morris DD-22-19” teve um acidente em S. Martinho do Campo (Valongo). Levado para o Hospital de Santo António, veio a falecer em 16 de Julho de 1956. Há 30 anos.
Deixou um testamento aos seus continuadores da “Obra da Rua”. 
A Conferência Episcopal Portuguesa, pelo Natal de 1980, emitiu uma Nota Pastoral, sobre o Centenário do Nascimento de Padre Américo: - “O Padre Américo, pelo que fez, e pela obra que realizou e que perdurou, em favor dos mais desprotegidos na nossa sociedade, foi um homem que deixou mais rico Portugal. E foi um padre que, encarnando com generosidade e realismo o espírito do Evangelho, se tornou sinal de amor infinito e eficaz de Deus. A história da Igreja entre nós neste século não se poderá fazer sem lhe reconhecer lugar de primeiro plano.”

          Cf. FERREIRA, José Fernando Coelho. Ilustres Eclesiásticos Penafidelenses. Notícias de Penafiel, Penafiel, 21 de outubro. 2016. Edição n.º23. p.8
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