quinta-feira, 26 de maio de 2016

Sabia que... (sangrias)

SANGRIAS
As sangrias, vindas já desde a Grécia Clássica, sempre se realizaram no hospital da misericórdia de Penafiel, sendo na centúria de seiscentos chamado o barbeiro-sangrador ao hospital sempre que fosse necessário proceder a esta intervenção. Esta terapia servia para toda a amálgama de doenças e para toda a tipologia de doentes, a idade não contava, do recém-nascido ao velho todos se sangravam.
                   
Existiam três tipos de sangrias: a derivativa, a evacuativa e a atrativa. A primeira, mais usada, era praticada o mais perto possível da lesão, a segunda tinha como finalidade diminuir a quantidade total de humores e combater a acumulação excessiva, a terceira era efetuada numa região distante da lesão, uma vez que se acreditava que desencadeava uma força capaz de mobilizar humores da zona doente para o local onde se realizava a sangria.

2 comentários:

  1. O Doutor António de Almeida relata uma prática do séc. XVIII penafidelense, conhecida por "arte flebotómica", que ele deplorava e desaconselhava. Salvo erro no dia de São Tiago (24 de Julho) havia o costume de ir ao rio Sousa mergulhar as pernas para que as sanguessugas sugassem algum sangue. Quando bem aplicadas, as sanguessugas podiam remitir inchaços e hematomas, absorvendo o sangue feculento. Quem dominasse a técnica, é que possuía a tal arte flebotómica. Apesar da relutância do famoso facultativo penafidelense, não há relatos de danos primários ou secundários provocados pelas sanguessugas. Digamos que à falta de físico encartado, entre barbeiro e sanguessuga talvez a segunda não seja pior. Meter hoje as pernas no rio Sousa, isso sim, parece arriscado!

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  2. Bom dia,
    agradeço seu comentário, de facto hoje o rio Sousa não é aconselhável a sua utilização para esse efeito e não sei se tal bicho ainda existe por cá, devido a poluição constante do mesmo.

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