Sabia que…
Na vila de Rio de Moinhos, concelho de Penafiel, encontrou-se numa casa rural de grandes dimensões e sem aparente ligação à nobreza, um arquivo de volume considerável e que se revelou bastante importante para a história tanto da família que a habitou como para a história local e nacional? Trata-se do Arquivo da Casa das Mouras (PT/AMPNF/CMOU), o qual encontra-se depositado no Arquivo Municipal de Penafiel.
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Aspeto geral da Casa das Mouras |
Pertencente a uma família de proprietários rurais desde os finais do século XVIII, os Moura e Castro, a casa da qual não podemos apontar uma data exata de construção e que se crê ter sido alvo de acrescentos ao longo dos anos, veria em 1835, a constituição de um arquivo importante através do casamento de uma das mulheres desta família, D. Efigénia Amália de Moura Torres com um fidalgo real e morgado natural do Porto, Columbano Pinto Ribeiro de Castro Portugal da Silveira. Seria este, herdeiro único da herança de seu pai e da administração do Morgado de Nossa Senhora da Vela, que mais contribuiria para o aumentar deste arquivo e a sua conservação, trazendo toda a documentação do morgadio que administrava, assim como a documentação dos seus antepassados paternos, agregando-a aos documentos que a família de sua esposa, D. Efigénia, produzira até ali.
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Sala onde se encontrava a documentação |
Columbano seria ainda, o maior produtor de informação pelos anos que se seguiriam, legando-nos quase sete dezenas de documentos da sua autoria, até ao ano do seu falecimento em 1877. Este acervo, constituído por 335 documentos de arquivo e englobando ainda uma parte de biblioteca com 465 livros, ficou na posse da família de Columbano e D. Efigénia até aos anos 20 do século XX, onde, por esta altura morriam as últimas filhas da sua numerosa prole. A Casa das Mouras, cujo nome adveio de uma tradição oral que a apelidava das “Mouras” por causa da presença das mulheres da família Moura, passaria depois para as mãos de não familiares, mas conservar-se-ia até 2004, este acervo rico e surpreendente, numa das salas da casa, cujas condições não eram as ideais, mas que permitiram que sobrevivesse até ser depositado no AMPNF nesse mesmo ano.
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Brevemente, mais histórias da Casa das Mouras e dos seus habitantes serão contadas. Não percam!
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